terça-feira, 22 de abril de 2014

Câmara abate árvore centenária

O abate de uma Araucaria dia 17 de Abril de 2014 em frente ao hotel Atlântico no Monte Estoril é o último exemplo da ideia de Democracia do executivo da Câmara de Cascais.

Por um lado a ideia do turismo como vector estratégico do desenvolvimento do concelho, por outro lado a destruição do que ainda resta como atractivo turístico que possa de facto sustentar este desenvolvimento.

Os exemplos sucedem-se, é o Plano de Pormenor de Carcavelos Sul , é a Fundação Aga Khan na Areia e agora isto.


A operação que teve como objectivo o abate desta Araucária foi aprovada em Reunião de Câmara, legitimada pela maioria que compõe este executivo mas ainda assim, organizada debaixo do maior secretismo.

Ao centro, a árvore antes do abate.
Serviços como a Polícia Municipal ou a Divisão de Gestão da Estrutura Verde (DGEV) que tiveram a incumbência de conduzir e realizar os trabalhos foram apenas informados com dois ou três dias de antecedência e à população não foi dirigida nenhuma informação. Porquê?

Esta Araucária tinha mais de 150 anos, pertencia a um grupo de árvores que neste concelho se encontram supostamente protegidas e esta chegou mesmo a ser proposta para ser classificada como exemplar de interesse público, porém não o foi…, pergunta-se também agora, Porquê?


É necessário construir uma rotunda e por isso é necessário abater esta Araucária.
Nem mais nem menos.
Exemplos existem em que obras e projectos foram alterados precisamente para permitir preservar o património, mas a maioria não pensa com certeza que esta árvore constitua património digno de preservação porque se o pensasse tinha no limite mantido a árvore na rotunda.
Os técnicos servem precisamente para encontrar soluções. Será que foram chamados a opinar sobre a sua manutenção no local?



No entanto, o executivo prefere utilizar estes técnicos e funcionários como carrascos de uma árvore centenária e de boa saúde, não é isto um crime?

E a rotunda será mesmo necessária?

Como utente de toda a vida da Marginal, se há local nesta estrada em que o trânsito flui normalmente, é este o caso.
Portanto a necessidade desta rotunda é estranha a não ser pela pretensa valorização paisagística da entrada do novo hotel.



Mas convenhamos, com esta “troca” ninguém ganha, nem o turismo nem o concelho nem a população de Cascais, mas quanto a perdas a conversa já é outra.
Perdemos todos quando se perde património colectivo mas quando se perde o respeito pela vida, como é este o caso manifestamente, então a perda é ainda maior porque se cria a ilusão que se pode tudo desde que as contrapartidas o justifiquem.

Quais são então as contrapartidas?
O que sabemos Sr. Presidente é que existem formas de calcular o valor da perda, isto é da Araucária agora abatida e com base na “Norma de Granada” esta Araucária com cerca de 150 anos tem um valor que ficará sempre acima dos 150.000 mil euros e que no limite, poderá chegar aos 600.000 mil euros.

Como se andasse em contra ciclo com o próprio calendário, negando a estação da renovação, a Primavera, ou ainda negando a própria época festiva, a Páscoa, festa maior do calendário religioso cristão, fica este executivo e a sua decisão, associados à não renovação da vida com este abate chocante.

Assim Não.


Cascais, 22 de Abril de 2014

Arco Iris

1 comentário:

  1. Uma vergonha o abate de árvores centenárias com desculpas esfarrapadas que só servem para enganar as pessoas e esconder propósitos não confessados de agradar a bimbos deslumbrados. Um executivo camarário que destrói patrimônio para supostamente "alindar" entradas de hotéis.

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