O abate de uma Araucaria
dia 17 de Abril de 2014 em frente ao hotel Atlântico no Monte Estoril é o
último exemplo da ideia de Democracia do executivo da Câmara de Cascais.
Por um lado a ideia do
turismo como vector estratégico do desenvolvimento do concelho, por outro lado
a destruição do que ainda resta como atractivo turístico que possa de facto
sustentar este desenvolvimento.
Os exemplos sucedem-se, é
o Plano de Pormenor de Carcavelos Sul , é a Fundação Aga Khan na Areia e agora
isto.
A operação que teve como
objectivo o abate desta Araucária foi aprovada em Reunião de Câmara, legitimada
pela maioria que compõe este executivo mas ainda assim, organizada debaixo do
maior secretismo.
Ao centro, a árvore antes do abate. |
Serviços como a Polícia
Municipal ou a Divisão de Gestão da Estrutura Verde (DGEV) que tiveram a
incumbência de conduzir e realizar os trabalhos foram apenas informados com
dois ou três dias de antecedência e à população não foi dirigida nenhuma
informação. Porquê?
Esta Araucária tinha mais
de 150 anos, pertencia a um grupo de árvores que neste concelho se encontram supostamente
protegidas e esta chegou mesmo a ser proposta para ser classificada como
exemplar de interesse público, porém não o foi…, pergunta-se também agora,
Porquê?
É necessário construir
uma rotunda e por isso é necessário abater esta Araucária.
Nem mais nem menos.
Exemplos existem em que
obras e projectos foram alterados precisamente para permitir preservar o
património, mas a maioria não pensa com certeza que esta árvore constitua
património digno de preservação porque se o pensasse tinha no limite mantido a árvore
na rotunda.
Os técnicos servem
precisamente para encontrar soluções. Será que foram chamados a opinar sobre a
sua manutenção no local?
No entanto, o executivo
prefere utilizar estes técnicos e funcionários como carrascos de uma árvore
centenária e de boa saúde, não é isto um crime?
E a rotunda será mesmo
necessária?
Como utente de toda a
vida da Marginal, se há local nesta estrada em que o trânsito flui normalmente,
é este o caso.
Portanto a necessidade
desta rotunda é estranha a não ser pela pretensa valorização paisagística da
entrada do novo hotel.
Mas convenhamos, com esta
“troca” ninguém ganha, nem o turismo nem o concelho nem a população de Cascais,
mas quanto a perdas a conversa já é outra.
Perdemos todos quando se
perde património colectivo mas quando se perde o respeito pela vida, como é
este o caso manifestamente, então a perda é ainda maior porque se cria a ilusão
que se pode tudo desde que as contrapartidas o justifiquem.
Quais são então as contrapartidas?
O que sabemos Sr.
Presidente é que existem formas de calcular o valor da perda, isto é da
Araucária agora abatida e com base na “Norma de Granada” esta Araucária com
cerca de 150 anos tem um valor que ficará sempre acima dos 150.000 mil euros e
que no limite, poderá chegar aos 600.000 mil euros.
Como se andasse em contra
ciclo com o próprio calendário, negando a estação da renovação, a Primavera, ou
ainda negando a própria época festiva, a Páscoa, festa maior do calendário religioso cristão, fica este
executivo e a sua decisão, associados à não renovação da vida com este abate
chocante.
Assim Não.
Cascais, 22 de Abril de
2014
Arco Iris
Uma vergonha o abate de árvores centenárias com desculpas esfarrapadas que só servem para enganar as pessoas e esconder propósitos não confessados de agradar a bimbos deslumbrados. Um executivo camarário que destrói patrimônio para supostamente "alindar" entradas de hotéis.
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