quarta-feira, 28 de maio de 2014

A Paz

O homem nunca está em paz, não considera a paz como um valor fundamental de qualquer cultura e/ou religião. Evoluímos entre convulsões e guerras e a nossa história foi sendo reescrita pelos vencedores.
Depois de 1945 vivemos cinquenta anos sem dar um tiro na Europa…eu cresci a ouvir falar das guerras nas áfricas (para mim 1974 chegou a tempo de não conhecer a guerra nesse continente) ou nas ásias e, na Europa, nunca me passou pela cabeça que os Balcãs (nos idos de 90) , agora a Ucrânia pudessem trazer à tona de água, e da memória, as mais tristes lembranças acerca de nós europeus…


A Europa formou-se, e sempre se afirmou, com guerras sangrentas entre povos, países religiões e conceitos de vida. Guerras que duraram longos anos e que para além de marcarem fronteiras deixaram profundas feridas entre os povos. A guerra fez o homem moderno, tornou-se uma forma de estar, uma profissão.
Incrível.

Agora, domingo dia 25 de maio, que nos perguntaram pela Europa, o que queremos para o seu (nosso) futuro…, a guerra volta a estar presente.
Mas, cerca de 60% dos europeus vivem enterrados nos seus egoísmos pelo que o futuro não os deve assustar (ou interessar?).
Os povos alienados caminham calmamente para os fornos da História, para os calabouços que os mídia ao invés de destruírem vão construindo em volta de nós…
Assim como o muro foi destruído em Berlim e está a ser edificado na Palestina nós vamos tecendo teias económico-financeiras que nos vão isolando e, o isolamento, a alienação, mata-nos.


Rui Manuel T. Valente
26-05-2014

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