Tenho amigos com quem gosto de discutir politica, aliás, só discuto politica com os meus amigos pois falamos a mesma linguagem. Não somos unânimes nem da mesma área politica e isso é excelente para uma boa discussão e, uma boa discussão politico – filosófica vale um dia de trabalho.
Uma das últimas discussões (chamaria, antes, debate) foi acerca das nossas atuais condições de vida, ou seja, a resposta à questão “o país está melhor (como o governo clama) ou pior (como reclama a oposição)?
Para os saudosistas relembro os cento e vinte e oito mil cidadãos indicados pelo INE. Ainda, e sempre, seguindo os dados do INE…
a) Temos a taxa de Natalidade sempre a baixar, de 2008 a 2012 passámos de 104594 nascimentos para 89841;
b) O número de nados vivos por cada mil habitantes tem vindo, sempre, a baixar, ou seja, vamos envelhecendo a olhos vistos. Em 2008 a taxa era de 9,5% estando em 2012 em 8,5%...;
c) Os pedidos de auxílio das famílias (ou individuais) estão em crescendo. Em 2010 a Cáritas ajudava 24568 pessoas/famílias e em 2013 ajudava 52967;
d) A taxa de suicídios (por 100 mil habitantes) era em 2008 de 9,8%...foi sempre aumentando…9,6 – 10,4…chegando em 2012 a 10,1%!;
e) O célebre Abono de Família está em queda, não porque não seja necessário mas porque as teorias económicas assim o desejaram.., em 2009 apoiava 1 813 936 crianças e jovens passando, em 2013, a apoiar 1. 294 132…embora existam menos jovens a principal causa é o rastreio ser mais apertado;
f) Com tantos desempregados, embora a taxa de desemprego venha a baixar, também devido a diferenciação de critérios, o subsídio de desemprego era atribuído em 2010 só a 357857 (valor médio de 469,53€), foi baixando, atingiu um pico em 2013 em que apoiou 418256 cidadãos (valor médio de 491,25€) para voltar a baixar em 2014 em que apoia 367012 pessoas (valor médio de 468,93€);
g) A nossa glória, a taxa de Mortalidade Infantil que era das melhores do mundo começou a subir…em 2010 era 2,5%, subiu em 2011 (3,1%) e em 2012 (3,4%)…estando em 2013 em 2,9%;
h) Entretanto as verbas da saúde, em percentagem do PIB, tem vindo a baixar. Em 2010 era 5,6% (8849 M.€)…sempre a descer para 5%...estando em 2014 em 4,8% do PIB (que entretanto contraiu…);
i) Claro que o número de consultas com o médico de família baixou passando de mais de 30 milhões em 2011 para 29 milhões em 2013, uma variação de – 4,8%;
j) O número de urgências atendidas também baixou. Em 2011 eram cerca de seis milhões e meio descendo, em 2013, para cerca de seis milhões. Uma variação de – 5%. Estamos entendidos?;
k) Entretanto o consumo médio de horas de visualização de TV está em contínuo aumento…em 2008 a média era de 4h 21’ e em 2012 chegoui às 4h 40’. E, os programas são educativos…;
l) Na educação, a base de uma nação produtiva e consciente, os números acompanham a negritude geral…em 2011 tínhamos 7317 escolas que passaram, por abate de escolas e de oportunidades no interior, para 7088 em 2012. Este ano o abate continua;
m) O número de alunos também vai baixando…em 2011 eram (ou estavam inscritos) 1 041 384 passando, em 2012, para 1 003 289;
n) O número de professores tem vindo sempre a baixar…é óbvio. Em 2011 eram 156669 e em 2012 baixou para 145 547. Os docentes contratados em 2011 eram 35,9 mil, baixando em 2012 para 24,2 mil. Em 2013 havia 15 200 professores contratados…e vai baixar;
E, poderia continuar nesta senda de números e taxas cedidas, a quem as quiser ler, pelo INE.
Os meus amigos, com quem discuto politica, mesmo de tendência política contrária e/ou diferente, não discutem esta leitura. Não podem…
Agora, que cada um faça a sua leitura com base na sua educação e concepção de cidadania e objectivos de vida. O que é excelente para uns, e alcançável, pode não ser o espirito de vida, de ser e estar, para outros…
Tudo bem.
Mas estamos melhor?
Rui Manuel Torrado Valente
18-06-2014
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