domingo, 13 de julho de 2014

Menos Estado, menos Escolas, menos Democracia...

Com o pretexto de optimização dos serviços públicos, a política de “Menos Estado, Melhor Estado” tem levado, gradualmente ao desmantelamento daqueles serviços, abrindo portas à privatização e à perda dos direitos adquiridos pelos cidadãos e consagrados na Constituição da República Portuguesa.


Neste âmbito, a municipalização da Educação é uma das estratégias previstas no guião sobre a reforma do Estado. O processo está já a ser preparado a nível “experimental”, tendo já decorrido reuniões entre o MEC e responsáveis de autarquias. Cascais será uma delas, juntamente com Águeda, Famalicão, Matosinhos, Maia, Óbidos, Oliveira de Azeméis, Águeda, Oliveira do Bairro, Constância e Abrantes.

De acordo com a legislação existente, muitas competências são já da responsabilidade das Câmaras e, aparentemente, a alteração mais notória será a transferência da tutela dos professores para os municípios. Se relacionarmos ainda esta decisão com a intenção anunciada pelo MEC de premiar as câmaras que venham a trabalhar com um número de professores inferior ao considerado necessário, não haverá dúvidas que o objectivo imediato é dispensar mais professores.

Não esqueçamos, porém, que este descomprometimento do Estado tem consequências mais amplas ainda, visando, a curto prazo, alargar-se à área da Saúde.

Nos municípios de Matosinhos, Oliveira de Azeméis e Famalicão têm decorrido reuniões manifestando discordância relativamente a um processo tão duvidoso, que diminuirá forçosamente a qualidade de ensino e interferirá no direito à igualdade de oportunidades que caracteriza um estado democrático.

Uma vez que Cascais será um dos municípios envolvidos, parece-me urgente dinamizarem-se reuniões análogas envolvendo não só responsáveis das autarquias e professores mas também todos os munícipes.


Isabel Guerreiro

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