domingo, 7 de dezembro de 2014

O que diz respeito a cada um

Se desgostamos da sociedade consumista, não podemos deixar-nos colonizar com tanta facilidade.
 De cada vez que é inventada uma qualquer novidade, lá estamos nós a desejá-la, a falar dela, ou, podendo, a comprá-la e a tomá-la como indispensável.
Lembro-me, por exemplo, das cápsulas de café e suas máquinas, coisa cara e parvamente poluente, do ar condicionado onde nos constipamos de verão e adoecemos em qualquer estação, embora lá fora tantas vezes esteja um ar bem mais puro e uma temperatura mais razoável; lembro-me do micro ondas (coisa que o tempo dirá até que ponto é segura), dos telemóveis, dos computadores.....
Naquele tempo não havia... começam assim os relatos que confundem a história humana com os  seus consumos; como se a existência de um qualquer objecto alterasse radicalmente o acto de estar vivo.
Identificando-nos assim com coisas, de tal forma, que nos esquecemos do essencial da vida, muito além dos trecos  luxos e lixos que querem vender-nos e que nós, hipnotizados, corremos a comprar, a desejar ou a roubar.
Concentremo-nos no acto de viver, foquemo-nos no ambiente e no contexto, planetário e outro, em que se desenrolam as nossas existências.
Desenvolvamos a observação e a reflexão para que consigamos ver e ser para além dos condicionalismos opressores.
Activemos a nossa liberdade interior e, só assim, ultrapassaremos o estatuto escravo a que o consumismo nos condena. 


Maria Morais

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